28.12.05

a recta final

De um ano às avessas guardei a verdade do sorriso que quero manter.
Ficou-me a certeza de que preciso de sol e que sou um tudo ou nada mais corajosa do que me imaginava.
Percebi que sou capaz de mostrar as minhas fragilidades e continuar a ser amada e que só amando me sinto infinitamente feliz.
Deixei de viver no futuro, mas serei uma eterna menina expectante.
Além disso, gosto muito de anos pares.
Que seja um grande 2006!

25.12.05

24.12.05

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
...
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo o que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
...
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
...
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Alberto Caeiro, Poemas.

23.12.05

demasiado humana

Aprendi a acreditar no velho ditado do 'longe da vista, longe do coração' e ainda que a certeza de um caminho outro seja parte do meu sorriso de todos os dias, há coisas que me magoam profundamente.
Não aguento tudo, não suporto tudo e não tenho armadura.
O letreiro do meu frasco é, a partir de hoje: 'HANDLE WITH CARE'

19.12.05

pausa

pensar_agir_rezar_parar_olhar_sentir_lembrar_chorar_abraçar
sorrir_acolher_decidir_reflectir_interiorizar_perceber_ser

É tempo de me dar tempo para tentar tudo isto.
O armário dos remédios continua de porta entreaberta.

15.12.05

de coração cheio

Sabem que vocês são os MAIORES DO MUNDO?
Fizémos puzzles de animais, de letras, de profissões e dos cinco sentidos. Pintámos um hipopótamo de cor-de-rosa, um fantasma de azul-cueca e ajudámos a Leopoldina a descobrir o caminho de volta. Lutámos com balões. Vimos fotografias. Jogámos ao stop e eu resisti a 3 combates de wrestling inteirinhos na vossa PS2.
Até para a semana príncipes e princesas de além-dor.

14.12.05

post-it mental:

NÃO BEBER CAFÉ AO JANTAR
(era delicioso, rendo-me à máquina, mas já se dormia... já, já...)

Na casa que cheira a essência de rosas (paixão e sedução, dizia o frasco) o coração respirou fundo. Faltava-lhe o ar há tempo demais e sentia-se cansado. Os olhos iam pesando conforme a lonjura dos dias e hoje estavam particularmente entorpecidos.
Recordou devagarinho todas as imagens. Revisitou-as. Acrescentou os pormenores imaginados. Alucinou consciente de que só um bom tinto tinha aquele efeito e teve pena de dificilmente se inebriar.
Despiu-se devagar. Primeiro as botas, depois o casaco, as calças, peça a peça amontoando-se na poltrona azul. Pelo canto do olho o corpo semi-nu tomava forma no espelho - a estranheza familiar de sempre, o dentro e o fora, o eterno lugar-comum...
Quando os olhos se detiveram por instantes no relógio à cabeceira percebeu que já era amanhã.

12.12.05

:)

Viva o José Barata Moura, a Carochinha, o Avô Cantigas e a Ágata no tempo em que cantava a Abelha Maia lá num país cheio de sol.
Viva a madalena-menina-dos-meus-olhos que me fez vir à procura destas pérolas musicais!
Viva o gustavo e a clara e o vicente e a leonor e todos os outros sorrisos que estão mesmo, mesmo a chegar!

coisas em que acredito

- fim do arco-íris
- bricolage terapêutico
- ler até os olhos doerem
- emplastros que cheiram a hortelã
- ataques de riso

(pronto, confesso...)

- HAPPY ENDINGS

10.12.05

(ir)racional




'...tenho duas almas em guerra

e sei que nenhuma vai ganhar...'

Eros e Psyche, Canova

9.12.05

dadá

O livro ficou a meio e a valsa que era tua está há dez anos por dançar.
Fazes-me falta.

8.12.05

a baixas temperaturas

Não me ignores, não me ames, não me odeies, não me apontes o dedo, não me tires do sério, não me faças rir, não me acuses, não me olhes assim, não finjas que não existo, não me trates como compincha, não me magoes, não te magoes, não mintas, não te zangues, não fujas, não te mexas que é só um instante enquanto vou ali congelar o amor e já venho.

7.12.05

nado-morto

Embrenhei-me de tal forma na retórica dos pormenores que nem me dei conta que a nossa história, afinal, nunca chegou a ser.

Fiquei em casa, ajuizadamente infeliz.

lugares comuns

No amor não há escolhas possíveis.
E eu escolho amar-te. Todos os dias.

6.12.05

A imaginação é o mais perigoso dos exercícios.

2.12.05

filtro

Absorvo tudo com sofreguidão. Sigo o percurso dos teus olhos, interpreto sorrisos, cansaços, sobrancelhas carregadas. Devoro as tuas palavras, enterneço-me com a tua voz, rio-me contigo.
Tu és tu e a tua circunstância, disseram-me há tempos. Desde esse dia abandonei os meus filtros de cor, ajustei a lente e assumi um novo olhar. Sou mais feliz por isso. Não sei se te amo melhor.

de hoje

Chuva lá fora, conversa boa cá em casa e o meu tempo a ganhar-se nas pequenices que gosto de fazer, na antecipação dos sorrisos.
Preencho-me de letras, cola, tesoura, papel, feltro, miminhos no forno, botões, agulhas e linhas com que vou costurando os meus nós.
Fazem-me bem estes dias.