2.11.09

All Saints and all Souls

Assim em estrangeiro até parece uma coisa diferente.
Todos os Santos e todas as Almas tem uma conotação outra. Ou então sou eu que já me anglofonizei o suficiente para dissecar camadas de nuances linguísticas e interpretar como mais ou menos contundente consoante a língua que me convém. Não faço ideia.
Sei que este fim-de-semana foi o primeiro que aqui passei a iniciar Novembro. Houve um bocadinho de tudo: festarola de Halloween, abóbora esculpida (o Jack-o-Lantern cá de casa) e a missa de ontem, dia de todos os Santos, a deixar-me pensativa, a deixar-me querer ser melhor, mais santa, na verdadeira acepção da palavra, que não traz auréolas nem asinhas, mas dá nome a um bando de gente boa, humanamente imperfeita, que com os olhos postos em Deus deram e fizeram o melhor que puderam nesta vida.
Hoje é dia de saudades. Porque também não penso em almas enquanto fantasminhas marotos ou assombrações que me destapam durante a noite, tenho saudades, muitas saudades. E assim se vai o desejo de santidade logo pela manhã. Vai-se por saber que eles, os eles a quem quero bem e já não posso abraçar, os eles que me deixam o coração apertado por às vezes já não lhes conseguir ouvir a voz, ainda que os sinta perto, não se chegam a mim o suficiente para consolar os desejos de bicho da terra.

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