31.10.05

contr'atmosférico

Cá fora
assoadelas_ruidosas_espirros_nariz_entupido_cabeça_pesada

Cá dentro
e não é que faz mesmo SOL? (acho que estava só a precisar de ser lembrada)

30.10.05

hoje, e sempre


'This world was never meant for one as beautiful as you.'

26.10.05

Gostava de te dizer ao ouvido ‘chega-te aqui, mais perto da lareira’ e trautear-te o meu dia com a arte de quem sabe. À falta de lareira e de coragem, ofereço-te as minhas diurnas insignificâncias, entre uma trinca de bolacha de água e sal com uma fatia de queijo plástico (não digas a ninguém, mas é uma delícia…)
Queres ouvir? Então aqui vai:
- tive notícias sorridentes do outro lado do planeta
- cruzei-me com um passado distante
- mudei o piercing
- pedi o primeiro orçamento para a minha quase-casa
- almocei em bem-querer
- escrevinhei
- estive com a menina mais linda do mundo
- fiz uma risca nova no tapete
…e (pasma!)
- olhei-te nos olhos

até amanhã

deep blue


Tenho por mim que a memória é azul. A cor imensa.
Visto e dispo o coração de imagens. Do filme de hoje à noite,
deste Dali que me impressiona mais do que qualquer outro.
Fora d'horas. Angustiantemente azul.

24.10.05

post mortem

Naquela noite deitou-se com um sorriso.
Passou as mãos pelos cabelos, muito devagar. Rodou o pescoço no gesto que lhe é tão típico e sentou-se à beirinha da cama.
Não foi capaz de ler embora soubesse que o sono ia tardar e bebeu um golo de água antes de apagar a luz.
Espreguiçou-se e esticou-se ao comprido para sentir a maciez dos lençóis e aperceber-se da tensão dos seus músculos.
Fechou os olhos e a frase veio-lhe novamente à memória:
'O dia de amanhã é irrepetível.'
Adormeceu a sorrir por ter finalmente percebido uma coisa tão simples.
Morreu em paz.

23.10.05

o último reduto

Só em sonhos, só à espera do fim.

It’s out there
If you want me, I’ll be here
I’ll be dreaming my dreams with you
And there’s no other place that I’d lay down my face
I’ll be dreaming my dreams with you

21.10.05

ironias do destino

Vá lá! Tu sabes que eu gosto de surpresas e nem lido mal com mudanças, mas estares constantemente a pregar-me partidas destas também cansa.
Que tal uma folga? Olha que a minha capacidade de encaixe já não é o que era e o mau feitio vem ao de cima mais depressa do que era costume...
Posso carregar na pausa e deixar o coração de molho? À confiança?

20.10.05

humm...


Saint Exupery's 'The Little Prince' Quiz.

Pois é, eu bem sabia que alguma coisa não andava a bater certo: falta-me o brevet!

19.10.05

'a minha pátria é a língua portuguesa'

Sorriste-me do fundo de uns enormes olhos azuis e disseste a medo «sou fármaceuta, sou ucranía». À tua voz juntou-se um tom mais grisalho «istou quasi na réforrma e quérro viver em Pôrtugal».
Vieram dos quatro cantos do mundo. Vieram pela aventura, porque se apaixonaram, porque fogem. Vieram em missão, curiosos, compenetrados, desconfiados. Vieram, simplesmente, para aprender.
Pedem-me poemas de amor, receitas, música, um bocadinho de história, uns pós de arte, direito, economia «falar depressa e correta»
A todos vós:

Li_Amy_Zhu_Olena_Paulo_Reuben_Fan_Gaelle_
Mun_Jonas_Liu_Marco_Michel_Rosaura_Yang_Claudia
_Erin_Ingrid_Li_Natalia_Mao_Raquel_Sayaka_Tanula_
Aurélie_Victoria_Shen_Benedikte_Ng Kuok_Michelle

Obrigada pelas primeiras lições que me deram.
Tudo o que sou, tudo o que sei, é agora também vosso.

18.10.05

Nos meus dias de menina ruim irrita-me que tenhas superado tudo mais depressa do que eu. Melhor ainda: irrita-me que tenhas sido tu a decidir o fim, e a mim, para não variar, coube-me a coragem autoflagelante do decreto, que isto da distribuição de tarefas em casal também tem muito que se lhe diga.
Irrita-me. Sou vísceras e entranhas.
Nos meus dias de menina sensível magoam-me os esforços e empenhos que entrevejo desse lado do mundo que passou a ser o teu. Magoa-me a inversão súbita de papéis, o absoluto desamor.
Magoa-me. Sou emoção à flor da pele.
Nos outros dias, os que sobram da visão concentrada num umbigo que nem sempre tem história, a paz chega e sente-se em casa.
Fica o pedido expresso, a encomenda feita e já com portes pagos: que venham mais destes últimos!

meu pai

Sonhador.
Optimismo feito homem.
Apoio constante.
Ternura que nunca se esgota.
Exemplo.
Sorriso malandro.
Trabalhador incansável.
Refilão.
Pedra basilar.
Cúmplice.
Alegria diária, honesta, pura.
Fonte de energia.
Amor.

São estas as palavras que te fazem.
Hoje o dia é teu: Parabéns Pai!

17.10.05

que assim seja

Há três dias que não consigo despir o sorriso que tenho estampado na cara.
Há três dias que é impossível que o meu coração escureça.
Pequenos passos, como sempre.

14.10.05

olhai os lírios do campo


Pelo Teu amor,
Pelas Tuas graças,
Por me mostrares todos os dias que se for livre na Tua vontade, isso me basta,
Obrigada.

13.10.05

curiosidades

Vale a pena ler o que diz a vieira do mar sobre blogues femininos vs blogues masculinos.
Vale mesmo muito a pena ;)

O Lugar da Casa

Uma casa que nem fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi aceso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino:
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia.

Eugénio de Andrade

sentido_pequenos passos_eu_vontade_medo_ calor_ vocês_casa

12.10.05

mais forte do que eu

Pronto, confesso: acho que fiz uma asneira… acho eu… deve ser asneira porque estou com aquela falta de ar típica… raio de organismo este que responde a tudo!
Podia ter partido um prato (enfim, este mês já foram dois, não tarda há manif familiar…), podia ter mentido, sei lá, qualquer coisa assim de comum. Mas não: disparate que se faz, há-de ser bem escolhido, com repercussões duradouras, peso na consciência e a maldita falta de ar.
E assim me confesso ofegante sem lanço de escadas: mea culpa.

11.10.05

truques

Meto a chave à porta e abro devagarinho, a tempo de sentir as duas voltas e perceber que a casa está vazia.
Sabe-me bem entrar, respirar fundo, deixar o casaco aqui, atirar os sapatos para debaixo da cama e colar-me à janela, luzes apagadas, a ouvir a chuva mansa lá fora. De vez em quando acerto o meu tom à torrente do céu. Deixo-me escorregar até o frio do mármore me arrepiar as pernas nuas e espero, meia escondida, meia acordada, que o recorte da tua mão me venha afagar os cabelos.
Nos dias em que o som dos teus passos é mais rápido que o beijo prometido sinto o peso das horas na nossa vida: quanto tempo temos ainda que gastar antes de nos encontrarmos?

10.10.05

password

Basta um sorriso: rápido, descomprometido, inocente.
Eu sustenho a respiração e acelero-me em descompassos.
Não sabes que estou aqui, pois não?

Boa noite meu amor.

8.10.05

apostar-me

Foi a saudade do teu braço
e o olhar que já da tua luz me dói
trabalhei sem dar pelo cansaço
horas extraordinárias, foi
um dia que passou num furacão
um furacão que se amainou, só
quando aparte o amor eu me vi só
atirando a moeda ao ar
diz-me que cara ou coroa eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias

E assim que volto ao meu lugar
reencontro com dor e prazer
o coração que fiz falar
à máquina de escrever a ver
ela a dar corda à máquina de amar
e um coração a se amainar só
quando aparte o amor eu me vi só
atirando a moeda ao ar
diz-me que cara ou coroa eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias


Esta noite, aos primeiros sons da viola não houve fuga com um boa noite dito no correr da pressa.
Não me encostei ao jipe a olhar para as estrelas.
Não chorei.
Hoje adormeço no Teu abraço e prometo que não me volto a esquecer de dar corda à máquina de amar.

7.10.05

Takk


_hipnotizada_viciada_encantada_emocionada_rendida_
entregue_iluminada_grata_

mar

Vontade de te contemplar, serenamente, quase em segredo.

Está na hora, não está?

6.10.05

aprendizagem

Aprendi a falar de mim de uma forma quase desarmante. Poucas reservas e muitos desabafos. Aprendi-o porque vos tive por perto com vontade de ouvir. Porque de tanto me repetir percebi que já não me convencia a acreditar numa verdade racional - era preciso senti-la.
Hoje, por uma vez, o coração ouviu o que lhe disseste. Ouviu com atenção, respirou fundo, suspirou, encolheu os ombros e acabou a sorrir.
Num flash tudo fez sentido, sem ser preciso ir desencantar lugares-comuns que metam o tempo ao barulho.

5.10.05

«A memória é uma paisagem contemplada de um comboio em movimento.»

O livro que me tem enchido os olhos nos últimos dias despejou-me esta frase no colo com quase tanta força como o título que me fez pegar nele e trazê-lo para casa: 'O Vendedor de Passados'.

Nunca venderia o meu, mas confesso que às vezes gostava de conseguir domar o comboio a meu bel-prazer... acelerar a fundo nas curvas mais dolorosas, em jeito de Alfa-Pendular que pára de quando em vez, e deixar-me ser um Regional profundo, apeadeirístico e lento, quando as recordações não me atraiçoam o coração...

Gostava mesmo!

3.10.05

acredito, profundamente...

...que o mundo está cheio de pessoas BONITAS!

:)

1.10.05

coisas que não interessam a ninguém

Gosto muito do mês de Outubro mas para ser perfeito perfeito, devia estar um bocadinho mais de frio, que já me vai fazendo falta o quente de uma caneca de chá nas mãos.