26.7.05

Tenho-me lembrado das minhas viagens. Não das estadias, dos lugares ou das pessoas. Nem sequer dos momentos, só das viagens em si, do caminho que é necessário percorrer para a passagem de um local para outro. Por inúmeras razões tenho viajado bastante sozinha. Carro, comboio, autocarro, ferry, avião e um sem número de percursos, mais ou menos repetidos.
Dei por mim a fazer contas à vida e os últimos oito anos foram pródigos em quilómetros. Cada quilómetro recheado de música, de pensamentos, e, acima de tudo, de muitos olhares. Descobri que gosto de viajar sozinha porque ter tempo para olhar é um privilégio. Gosto de me sentar à espera de um voo e deixar-me envolver pela vida dos outros, bem camuflada atrás do livro que vem sempre comigo e que me empurra, ele também, para outras vidas. Gosto de passar pelos mesmos lugares em diferentes alturas do ano e em diferentes horas do dia. Gosto de reconhecer curvas e identificar as mudanças. Gosto da expectativa do novo quando o destino é desconhecido, e do desejo do abraço e do reconforto de um regresso ou de uma espera.

Ficar? Voltar? Partir?
Sinto que nunca vou saber a resposta… nem sei se quero…

3 comentários:

mar disse...

como sabes nunca gostei de partir sozinha. mas, na última partida, o que vi e senti foi tão grande e o que me esperava ainda mais que o melhor é mesmo partir.

Anónimo disse...

Ficar? Voltar? Partir?...

é tão bom partir e ir ficando...
na certeza do que queremos mesmo é voltar!

joao

joana disse...

Quem és tu, João?