Acordar todos os dias passara a ser orgânico. Fugia do futuro, queria apagar o passado e infelicitava-se num presente repleto de negações: invisível, incoerente, insegura, incapaz, inútil, incompleta, imperfeita, incompetente, incerta... inexplicavelmente cansada.
Apeteceu-lhe refugiar-se no choro manso que a acalmava - não teve lágrimas.
Lembrou-se dos exercícios de relaxamento e deitou-se na cama - não conseguiu respirar.
A dor era demasiado funda para todos os remédios conhecidos. Valeu-lhe, naquela noite, estar pregada no céu a lua cheia mais bonita que alguma vez se lembrava de ter visto.
1 comentário:
e não lhe valeu a certeza de quem tem sempre por perto?
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