a meio do dia
Estado: VAZIO
Virtude: leveza
Defeito: solidão
Conselho: ser autofágico
Vermelho-negro num frasco de vidro com rolha de cortiça, guardado no armário ferrugento da casa de banho. Poção-mágica? Veneno sem i? Planeta? Frente e verso em linhas descosidas.
Estado: VAZIO
Virtude: leveza
Defeito: solidão
Conselho: ser autofágico
Posted by joana at 2:46 da tarde 0 comments
gostava de ser mais de mim. ou talvez melhor. ser mais e melhor de mim.
Posted by joana at 9:58 da manhã 0 comments
(...) de epipháneia, acto de se mostrar, aparição do dia (...)
Menos do que um milagre. Mais do que incerteza. Igual a serenidade?
Posted by joana at 11:27 da tarde 1 comments
Staring girl, by Tim Burton
"I once knew a girl who would just stand there and stare.
At anyone or anything, she seemed not to care."
Posted by joana at 1:46 da tarde 1 comments
... ao palombella rossa, a dizer-me toma lá que já almoçaste, embrulha, esconde a cabeça na areia miúda e não digas que vais daqui:
«Pedimos perdão e somos capazes de o dizer sem embaraço perante os outros. Mas temos uma séria dificuldade em dizer o quê e quem perdoamos. Dar perdão profundo, apagando todo o vestígio de ressentimento, é talvez o mais exigente dos gestos diante da experiência da dor e da ofensa. A sua dificuldade é a expressão do nosso fechamento.»
(no fim disto tudo, só mesmo um enorme e profundo suspiro)
Posted by joana at 7:46 da tarde 0 comments
Entristece-me que haja pouca frontalidade nas pessoas. Tenho pena que pelo sossego do espírito próprio não haja coragem. Incomoda-me brutalmente o let's wait and see, quando é humanamente impossível que o olhar e a espera sejam unívocos.
Se vivemos uns com os outros, por que razão não conseguimos também viver uns para os outros?
Posted by joana at 12:04 da tarde 0 comments
Posted by joana at 10:05 da manhã 2 comments
Ando assim. Agridoce, bipolar, com tudo o que me balança da cabeça para o coração e do coração para a cabeça à distância de uma lágrima demasiado fácil. Tudo à flor da pele. Rio alto com a mesma facilidade com que me desmancho num pranto e nada disto me parece fazer confusão porque me sinto incrivelmente leve.
É este o caminho?
Posted by joana at 11:58 da manhã 0 comments
Você deságua em mim e eu oceano
Djavan
Posted by joana at 12:12 da manhã 0 comments
Um dia de sol e muito boa música.
Posted by joana at 2:20 da tarde 0 comments
Há quase um mês que não vejo, não ouço, não estou sequer perto do mar.
Faz-me falta.
«Rodeia-me o mar, invade-me ainda o mar. Tudo é excessivamente salgado: a minha mesa, as minhas calças, a minha alma - convertemo-nos em sal. Já não sabemos o que fazer nas ruas, no meio de gente sempre apressada, nas lojas, perdemos os hábitos, esquecemos as palavras mais simples no acto de comprar e vender. A nossa mercadoria tem sido composta de algas reluzentes, serpentinas ou foliáceas, pétalas enrugadas, mariscos avermelhados. O sal da espuma salpicou-nos de tal modo e impregnou-nos como se fôssemos uma casa abandonada e pelas casas permanece apenas um cheiro de salmoura.»
Pablo Neruda
Posted by joana at 1:44 da tarde 3 comments
'tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar...'
Posted by joana at 10:43 da tarde 0 comments
Milão, Abril 2005
Gosto de laços, botões, velcro, fita-cola, molas da roupa, clips, agrafos, colchetes, fechos, fivelas.
Gosto de me sentir enlaçada, embora me transforme numa criaturinha arisca e pouco simpática quando dos laços nascem nós e me sinto simplesmente presa.
Esta linha e esta agulha têm dono:
A Aquarela, por me lembrar todos os dias que se os nós quebram, os laços permanecem.
A Scherazade, minha irmã, por me descompassar o coração com a saudade que ainda nem chegou.
Posted by joana at 10:34 da tarde 2 comments
Surreal and overwhelming.
(cada vez gosto mais de ver este senhor na tela)
Posted by joana at 9:26 da manhã 2 comments
Hoje
sinto-me
bonita!
:)
Posted by joana at 4:47 da tarde 2 comments
...tenho uma pedra no sapato!
E mais uma surpresa boa neste fim-de-semana. É incrível como estar com atenção faz toda a diferença. TODA.
Posted by joana at 7:15 da tarde 3 comments
Continuam, para mim, a ser um mistério.
Se lhes damos voz, letra, palavra, forma, trazemo-las à vida, tornamo-las presentes.
As coisas existem na medida da nossa denominação, na percepção finita que cada um tem da sua existência.
Mas se deixamos de as nomear, se as guardamos e votamos ao desuso, o caminho não é o inverso.
Os nomes que damos às coisas passam a ser as coisas elas mesmas e é muito mais difícil diminuir o vocabulário...
Posted by joana at 7:00 da tarde 0 comments
Andei numa correria, não fui especialmente produtiva, mas senti na pele a chuva boa do verão-quase e uma vontade forte de fazer cada vez mais e melhor no meu pequeno mundo paginado.
Agradeço a confiança na teimosia desta maçarica, o entusiasmo de quem me acompanha todos os dias e a rede segura e paciente de alguém que desconfio não ser deste mundo.
Posted by joana at 8:48 da tarde 0 comments
Hoje o céu esteve azul cobalto e a lua de que mais gosto (aquele sorriso de gato matreiro e finório, sempre à espreita) anda lá por cima.
Fui dar um beijo de boa noite à menina dos meus olhos.
Sinto o perfume ténue do meu cabelo lavado há pouco, o corpo cansado e a sensação de que vou dormir em paz.
A felicidade podia ser só isto...
Posted by joana at 10:55 da tarde 1 comments
Se toda a metafísica do chocolate não se reflectisse na balança, garanto-vos que esta noite ia ser a verdadeira orgia do cacau. É dar de beber à dor meus amigos, é dar de beber à dor...
Posted by joana at 10:39 da tarde 2 comments
If I could stay...
Then the night would give you up
Stay... and the day would keep its trust
Stay... and the night would be enough
Faraway, so close
Stay... then the day would keep its trust
Stay... with the demons you drowned
Stay... with the spirit I found
Stay... and the night would be enough
U2
Posso atravessar? Mais alto, sabes bem que daqui não te ouço.
Posted by joana at 6:03 da tarde 0 comments
E depois? Conversa, instrospecção, esperanças de mudança, desilusões, é suposto acreditar que?
Posted by joana at 11:23 da tarde 2 comments
Fugas e compulsões. Defeitos, faltas e incapacidades. Dúvidas, medos, bloqueios. Como toda a gente? Talvez...
Preciso de me descentrar e assumir o radicalismo destas palavras:
«Só o presente existe. Ou sou feliz hoje, ou não o serei nunca. Ou trabalho hoje, ou nunca trabalharei. Ou vivo hoje, ou serei apenas um morto que sonha e que recorda.»
José Luís Martín Descalzo
Posted by joana at 8:09 da tarde 0 comments
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
A poesia tem-me feito falta. Não gosto da minha vida em prosa e nunca achei graça às narrativas fechadas.
Posted by joana at 1:35 da manhã 0 comments
It's not that easy bein' green;
Having to spend each day the color of the leaves.
When I think it could be nicer being red, or yellow or gold-
or something much more colorful like that.
It's not easy bein' green.
It seems you blend in with so many other ordinary things.
And people tend to pass you over 'cause you're not standing out like flashy sparkles in the water- or stars in the sky.
But green's the color of Spring.
And green can be cool and friendly-like.
And green can be big like an ocean, or important like a mountain, or tall like a tree.
When green is all there is to be
It could make you wonder why, but why wonder why?
Wonder, I am green and it'll do fine, it's beautiful!
And I think it's what I want to be.
Kermit, The Frog
Posted by joana at 1:38 da tarde 0 comments
Anunciam-se dias de grandes mudanças na blogosfera: o mercuriocromo fartou-se de estar fechado no frasco de vidro com rolha de cortiça e resolveu sair à rua.
Serão dias de transformações intensas, muito verde e muita primavera à roda destas linhas.
(e muito provavelmente, poucas horas de sono, que isto de se decidir mudar de template e ser uma maria-perfeccionista dá mais trabalho do que julgam!)
Aceitam-se críticas e sugestões!
Posted by joana at 12:27 da manhã 1 comments
Tenho andorinhas pretas no beiral das minhas cartas.
Sete e sete são catorze com mais sete vinte-e-um...
Muito, pouco, nada?
Posted by joana at 8:51 da tarde 1 comments
'A vingança é uma forma de luto preguiçosa.'
Não sei se não será exactamente o contrário: uma forma de luto apressada, que por não deixar morrer prefere matar noutro lado.
Estar de luto, para mim, não dá espaço à vingança. Deixa-se morrer um bocadinho de nós com quem perdemos e daí se renasce, pé ante pé, aprendendo a suportar a ausência e a ouvir o silêncio. Uma outra forma de amar?
Posted by joana at 12:20 da manhã 1 comments
Esta música deixa-me sempre a sorrir. Venham de lá esses momentos de desesperança e é só carregar no play! Brindo ao mês que terminou com um fim-de-semana fantástico, e a um novo mês que começa, quem sabe a um novo capítulo...
Coeur, tu est tellement fou
Tais-toi, mon coeur perdu
Je n'ai plus rien
Q'un seule désir
Laisser mon rêve
d'amour partir
Viens, mon petit bateau
Flotte, comme un berceau
Je veux seulement oublier
Emballe-moi sous les nuages
Doucement vient le soleil
Bonheur après l' orage
d'Amour
Toujours
Les jeux
d'Amour
Coeur, fait ton chemin
Oublie, tous les chagrins
L'Amour est beau
Il est partout
Il faut chercher
Rêver, sourtout
Viens, encore une fois
Prends moi dans tes bras
Je veux seulement oublier
Emballe-moi sous les nuages
Doucement vient le soleil
Bonheur après l'orage
in Cinema, Rodrigo Leão
Posted by joana at 11:55 da tarde 0 comments