20.5.05

preciso de ver o mar

Há quase um mês que não vejo, não ouço, não estou sequer perto do mar.
Faz-me falta.

«Rodeia-me o mar, invade-me ainda o mar. Tudo é excessivamente salgado: a minha mesa, as minhas calças, a minha alma - convertemo-nos em sal. Já não sabemos o que fazer nas ruas, no meio de gente sempre apressada, nas lojas, perdemos os hábitos, esquecemos as palavras mais simples no acto de comprar e vender. A nossa mercadoria tem sido composta de algas reluzentes, serpentinas ou foliáceas, pétalas enrugadas, mariscos avermelhados. O sal da espuma salpicou-nos de tal modo e impregnou-nos como se fôssemos uma casa abandonada e pelas casas permanece apenas um cheiro de salmoura.»

Pablo Neruda

3 comentários:

clarisca disse...

aceitas uma boleia para o mar mais perto? podemos aproveitar e comer um gelado de limão. Doce e azedo, para completar o salgado do ar.

ramito disse...

eu tenho que tentar fugir num destes dias que ai veem e parar sob o mar. parar. olhar. pensar. e acalmar.

joana disse...

Queres companhia na fuga? Mergulhamos as duas?