31.8.05

muda de vida

Renovada e revelada ouso dizer e repetir para mim mesma aquele que tem sido o mote deste ano:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
(...)

Luís Vaz de Camões

30.8.05

'Passaste e segredaste-me: - Vem!'

Escrevo sobre aquilo que sei à partida que não conseguirei contar. Escrevo de coração cheio, profundamente agradecida e pacificada. Escrevo com um enorme sorriso na cara, as mãos cheias de pequeninos golpes, o corpo cansado e feliz.
Sinto que pela primeira vez na minha vida a entrega foi total. E da entrega veio a dádiva imensa das cumplicidades, do serviço, da partilha de um projecto, de espaços em comum, angústias, silêncios tantos. Na gratuidade que só aqui reconheço, estreitei laços nos passos que dei em volta de Ti, porque de mim fazes parte.
Não contei as estrelas do céu, nem as chamei pelo seu nome, mas percebi que só assim faz sentido.
É este o Teu caminho e é por aqui que quero caminhar.

18.8.05

fechei o tasco

para balanço
para férias
para o que der e vier

Regressarei no final do mês.

17.8.05

28

Tentei não pensar, mas é inevitável... Há dez anos passei o último aniversário com o meu avô. Desde então, idade dita adulta, passeei esta data por Santiago de Compostela (e como me lembro de cantarmos nas escadas da catedral!), pelo calor de Santo Antão, a minha querida Oxford, Reriz perdida no fim do mundo... Passeei a data, as pessoas, os sonhos, os amores, os projectos. Passeei-me a mim mesma. Acreditei na verdade dos meus gestos e fui-me fazendo pessoa.
Gosto do número redondo que ganhei hoje.
Quero, muito, ser feliz.

15.8.05

14 de Agosto de 2005

Não consigo explicar o que me andou a passear ontem da cabeça para o coração e do coração para a cabeça.
Senti-me única, especial e ao mesmo tempo tão pequenina na imensidão que é só Tua.
Obrigada por me fazeres acreditar que a dúvida também é rumo.

Dici che il fiume
Trova la via al mare
E come il fiume
Giungerai a me
Oltre i confini
E le terre assetate
Dici che come fiume
Come fiume...
L'amore giunger
L'amore...

Miss Sarajevo, U2

12.8.05

alive and kicking

Depois de mais uma contradição de mim mesma, de um dia cheio, de um Baileys nocturno para comemorar a resolução do dia, de uns quantos bocejos de incompreensão e de uma noite de sono descansada, acordei cheia de genica (ainda que o termómetro do carro insista em não descer dos 40º...) e a sentir-me de bem com a vida.

:)

11.8.05

recomeço

Ontem adormeci a chorar. Talvez porque os meus joelhos não gostem de dias de chuva, talvez porque ainda estivesse a ressacar da paragem de digestão da véspera, talvez por ter visto uma série de televisão excelente para o puxar da lágrima... ou talvez não, como diria a princesa dos olhos azuis.
Adormeci feliz e amedrontada. Adormeci perdida, sem norte nem porto seguro, com a imagem da folha em branco, palavras claras, a bailar-me no espírito.
Diz-me um querido amigo que o futuro foi já ontem, ali no virar da esquina entre o amor e o desafio da relação. Digo-lhe 'nim', sorrio, e deixo-me embalar.
Hoje é mais um daqueles dias em que me sinto a pairar por aí. Insisti, consegui, desisti porque deixei de acreditar, porque o mais fundo de mim prefere o trapézio sem rede.

'A vida é tão rara. A vida não pára...'

9.8.05

coisas que me fazem bem (2)

Estar de janela aberta para o jardim em pleno mês de Agosto e sentir o cheiro bom a terra molhada que vem lá de fora.

coisas que me fazem bem (1)

Ligar o computador mal acabo de chegar à editora, sacar a classicfm dos favoritos e começar o dia a ouvir a Pastoral.

8.8.05

?

Falei dele este fim-de-semana, personagem de livro que não me fascinou, talvez por isso mesmo, por não O conceber confinado em meia dúzia de páginas com cheiro a exotismo. Senti-O nos sorrisos que me acompanharam, nas saudades, nas imagens que me encheram os olhos e me tranquilizaram.
Não percebo como, ultrapassa-me, transcende-me, desorienta-me, mas no meio de um ano tão cheio de mudanças, continuo tranquila. Espero, com um nó no estômago, o coração pequenino e vontade de ter colo. Não cruzo os braços nem me desespero em ansiedade, espero apenas.

5.8.05

ora bem, ora bem...

Temos o país a arder e um fim-de-semana pela frente que se queria campestre qb: andanças pé-de-chumbo lá para os lados de S.Pedro do Sul, Sendim e um longo caminho pela frente ou alternativas com cheiro a mar, não vá o diabo tecê-las?

4.8.05

hoje é dia de...


Vermeer

RAPARIGA COM BRINCO DE PERÓLA
às 19h18, no Jardim Botânico, pelos Fatias de Cá

O romance foi uma surpresa boa de uma autora, para mim, até então desconhecida: Tracy Chevalier.
Do filme guardei, estranhamente, mais imagens sonoras que visuais.
Vejamos a peça, e que os 40 graus de hoje não estraguem o espectáculo!

3.8.05

no gira-discos...


Leslie FEIST

Um mix urbano a lembrar Kings of Convenience, Lisa Ekdahl e Aimee Mann.
Muito bom.

E agora?

Agora, sorrio às ironias da minha vida, ao rir de palanque, à plateia que aplaude as convicções pés-de-barro do ‘nunca mais vou por aí’.

Agora, vivo.

é também por isto que a retórica me fascina…

In a manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing

In a manner of speaking
I don’t understand
How love in silence becomes reprimand
But the way I feel about you
Is beyond words

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Oh give me the words
Give me the words
That tell me everything

In a manner of speaking
Semantics won’t do
In this life that we live
We only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrificed
So in a manner of speaking
I just want to say
That like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Oh give me the words
Give me the words
Give me the words
Give me the words
Give me the words

Winston Tong

2.8.05

Feeling quite musical am I :)

Hoje é dia de...
wim_mertens_classicfm_ludovico_einaudi_coldplay_nouvelle_vague

Tenho a comunicar que o balanço de final de manhã deu-me um empate entre o amigo Wim com 'And bring you back' e o 'Love will tear us apart' na versão bossa nova.

Aceitam-se votos, comentários e preferências.

norte

Roubando o (des)norte a um moinho de sonhos, quero ter o direito de me contradizer… todos os dias, se preciso for…

Assim vou andando e sentindo neste querer ser árvore ou outra coisa qualquer que tenha pé no chão e raiz bem sulcada na terra, e umas folhas esvoaçantes por aí, a andarilhar, a ver o mundo, a ser mais com ele e por ele do que a pequenez do meu quintal.

Agarras-te à hora
Em que o tempo não passou
Mergulhas nas cores
Que a loucura te emprestou
E quando te vês para lá do espelho
Encontras a solidão

Descobres o Mundo
De quem tem pouco a perder
E sobes às estrelas
Que ontem não podias ver
E perdes o medo de estar só
No meio do multidão

Tradições
Atrás de contradições
Fizeram-te abrir os olhos
Podes dizer:
Eu... sou


Jorge Palma

1.8.05

Sinto-me…

…com um brilhozinho nos olhos,
…com o coração pequenino,
…com um sorriso fácil na cara.

Não me interessa que o dia esteja feio, que não haja sol e que as minhas férias estejam à distância de uns binóculos…
Hoje, sinto-me simples e descomplicadamente feliz.