dúvida existencial
Como iogurtes de cenas que também servem para lavar o cabelo...
Lavo o cabelo com champô de frutas...
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Estarei a abichanar?
Vermelho-negro num frasco de vidro com rolha de cortiça, guardado no armário ferrugento da casa de banho. Poção-mágica? Veneno sem i? Planeta? Frente e verso em linhas descosidas.
Como iogurtes de cenas que também servem para lavar o cabelo...
Lavo o cabelo com champô de frutas...
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Estarei a abichanar?
Posted by joana at 5:10 da tarde 2 comments
Do início. Volto para trás. Os acordes são absolutamente familiares. A letra ainda não, como sempre. A estranheza inicial de um balbuciar titubeante e sôfrego afasta o que ouço do que trauteio. Insisto. Já está em mim, agora é inevitável, é uma mera formalidade aprender-lhe as manhas da linguagem. Insisto. Faz-me bem ouvir-te. Acompanhas-me, dizes-mo sem rodeios, e eu acredito. Assim, de forma simples, como deviam ser todas as coisas realmente importantes.
Não gosto que a música doze comece e sou mais rápida que o futuro. Apaziguo-me. Respiro fundo. Sei que esta ainda não é a minha paz, mas é bom deixar-me envolver.
Posted by joana at 1:04 da manhã 1 comments
A vida é a arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida.
(roubado com desfaçatez ao mestre Vinicius e à vieira do mar)
Posted by joana at 11:14 da manhã 2 comments
Posted by joana at 1:51 da tarde 1 comments
Para mim, o dia passou-se em sorriso.
Pela tua amizade, por tudo o que tenho que te agradecer neste 'mundo de silêncios que é o nosso'.
Para ti, que seja o primeiro dia.
Posted by joana at 3:30 da manhã 0 comments
Último dia de Verão, o fim anunciado da silly season, das cores, dos corpos, dos risos altos.
Penso e repenso na conversa desta manhã, na clareza com que me disseste que às vezes, quase que por defeito do nosso percurso, vivemos mais numa cultura da insatisfação do que da exigência.
Será? Não sei o que mais me amedronta: concordar e perceber que o contentamento não tem que ser necessariamente algo de negativo, ou fincar o pé e continuar à deriva…
Mudo outra vez de pele, porque quero, porque preciso, porque na minha fragilidade sinto o reconforto dos gestos insignificantes com que me dou ao mundo.
E estou cansada. Não sei exactamente de quê, mas incomoda-me esta sensação permanente de dolência. Hoje é o último dia, gostava de dizer. É mesmo o último. Sem promessas de mudança, propósitos ou juras. Só o último dos que passaram, para que amanhã possa acordar no primeiro de todos os outros.
Posted by joana at 11:37 da tarde 2 comments
Estar à beira do precipício é sentir-me num estado melancólico de algibeira e pensar...
- O que é que me animava agora?
a) tomar café com um amigo;
b) ir ao cinema;
c) comer qualquer coisa com MUITO chocolate;
d) comprar uns sapatos.
...bater no fundo é optar pela d)
Eu tento, eu juro que tento, mas é mais forte do que eu e nunca funciona.
Prendam-me em casa, amarrem-me as mãos, roubem-me a carteira, mas tenham a bondade de me auxiliar e, sobretudo, não me perguntem por quantos estados melancólicos destes eu tenho passado nas últimas semanas...
Posted by joana at 1:38 da tarde 1 comments
Posted by joana at 7:42 da tarde 1 comments
Tenho frio nos dedos dos pés.
Só ainda não percebi se é o meu corpo que recebe o Outono pelas extremidades, ou é apenas a falta do teu calor.
Posted by joana at 10:21 da tarde 0 comments
Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
in Passagem das Horas, Álvaro de Campos
Encontramo-nos daqui a nada.
1 beijo e um abraço apertado
Posted by joana at 7:05 da tarde 0 comments
Baralhei e voltei a dar. 9 meses depois. No tabuleiro virado pelo chão não sobrou nenhuma peça... e ainda bem.
Baralhei e voltei a dar. Sem pressas, até não haver mais cartas.
Sorrio mais e mais, digo que sim, abraço com força, choro sem vergonha.
Na cabeça, um refrão de palavras re-ouvidas a fazerem todo o sentido: é preciso largar para amar melhor, é preciso largar para encontrar a felicidade.
Baralhei e voltei a dar. Larguei mais do que esperava. Cortei amarras, guardei os portos seguros e abri um novo mapa, desta vez sem rotas traçadas.
Baralhei-me. Voltei a dar-me.
Posted by joana at 1:00 da manhã 3 comments
E se antes da próxima estação eu parasse na casa da partida?
Posted by joana at 10:30 da tarde 1 comments
(nunca pensei acordar tão contente por ver chuva!)
Posted by joana at 10:31 da manhã 0 comments
Não há memória de ter havido uma bruxa na família, e ainda assim sou terrivelmente premonitória. Fujo a sete pés de pisa papéis estilo 'bola de cristal', não vá a tentação apoderar-se de mim, sou 'étnica qb', nas palavras da minha querida mãe e tempos houve em que o fascínio da saia a arrastar pelo chão foi grande. Fiz uma cura com doses regulares de pragmatismo (manhã e antes de deitar, com um grande copo de água), mas esqueci-me de ler os efeitos secundários.
Posted by joana at 9:52 da manhã 0 comments
Às vezes pergunto-me por que serei tão tola, tão infantil, tão sugestionável... Que raio de feitio este que me repete consecutivamente: 'és feliz, és feliz, és feliz' e desconcerta-me a cada passo, como se todas as minhas decisões fossem um teste e a felicidade que sinto ser minha não passasse de um contentamento pobrezinho, uma alegriazeca momentânea e inconsequente.
Dia errado o de hoje. Encontrei-me com quem não quis, recebi mensagens que não me encheram o coração, senti-me fora da minha pele, patinho feio e inútil. Disparatei para dentro e para fora e consegui chegar à noite a sentir-me triste. Persegue-me a sensação do comboio que seguiu sem mim, e era o último. A Joana racional salta logo em defesa do porto seguro das convicções: refila, argumenta com lógica, expõe todos os pontos de vista com clareza e discernimento. Finda a retórica, sobra o mais fundo de mim, o tal líquido avermelhado no fundo do frasco de vidro. Vê-se à transparência, mas não se identifica logo. Salve-se por esta noite o invólucro e pode ser que o líquido não evapore.
Posted by joana at 10:40 da tarde 2 comments
'Nem sei o que me aconteceu
Por que calhou ser eu
A ter no barco alguém que eras Tu
Só sei do antes e o depois
Do antes sensato e o depois a Teu lado, peixe meio-alado a voar... no fundo do mar'
Posted by joana at 1:48 da tarde 2 comments