5.9.05

tenho medo

Às vezes pergunto-me por que serei tão tola, tão infantil, tão sugestionável... Que raio de feitio este que me repete consecutivamente: 'és feliz, és feliz, és feliz' e desconcerta-me a cada passo, como se todas as minhas decisões fossem um teste e a felicidade que sinto ser minha não passasse de um contentamento pobrezinho, uma alegriazeca momentânea e inconsequente.
Dia errado o de hoje. Encontrei-me com quem não quis, recebi mensagens que não me encheram o coração, senti-me fora da minha pele, patinho feio e inútil. Disparatei para dentro e para fora e consegui chegar à noite a sentir-me triste. Persegue-me a sensação do comboio que seguiu sem mim, e era o último. A Joana racional salta logo em defesa do porto seguro das convicções: refila, argumenta com lógica, expõe todos os pontos de vista com clareza e discernimento. Finda a retórica, sobra o mais fundo de mim, o tal líquido avermelhado no fundo do frasco de vidro. Vê-se à transparência, mas não se identifica logo. Salve-se por esta noite o invólucro e pode ser que o líquido não evapore.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bela noite...
Algo me dizia que não estavs bem, mas não pensei que estivesses tão triste...
Apenas te quero dizer que "ainda que o sol se ponha todas as noites, ele acorda de igual modo todas as manhãs".
Se precisares estou aqui...
Vai um cafézinho?

Joana disse...

Se houver calendários esquisitos, pensa antes que não são os combóios que partem sem ti, mas sim, tu que partes sem eles...