29.7.04

Fahrenheit 9/11

 
Há pouco mais de um ano juntei-me a duas manifestações contra as decisões tomadas pelos E.U.A. e companhia limitada em relação ao Iraque e repensei tanto do que tinha como certo. O cartaz que levei comigo é o da fotografia.
Lembro-me de que na altura escrevi um mail colectivo com esse mesmo título: Not in my name. Ainda hoje faço a mesma pergunta: em nome de quem esta barbárie contínua?
Ontem fui ver o Fahrenheit 9/11 e entristeci-me: o cartaz é ainda espelho da actualidade.

Ainda os brandos costumes...



"Ai de Portugal Se Não Fosse a Boa Vontade da População e Os Bombeiros"

O título é do Público de hoje e não soa a novidade. Aqui, tentar explicar a alguém o conceito de fogo posto, é sinónimo de olhar comiserativo e abanar de cabeça. Incendiar? De propósito? It doesn't make sense...

28.7.04

Friendly enough

 
...hi there cheers mate what can i do for you love are you alright bring me a pint please and some crisps what about a muffin, a piece of cheesecake with some custard on the top not really in the mood nevermind you'll get over it but i'd love a nice hot cup of tea medium size yes milk yes please here you go anything else not sure take you time i think that's all have a nice day... 

Sei que nem vale a pena acrescentar, mas olhem, paciência, fica para a posteridade: gosto mesmo deste país.
God save the English people!

27.7.04

Viajar



Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

                                         Fernando Pessoa

Depois de quase dezoito horas de viagem, repleta de atrasos e imprevistos, cheguei ao meu destino perto, o primeiro destas férias. Não estranhem por isso a falta de novas. Regresso em meados de Agosto.

25.7.04

Comoção

Ontem casaram dois amigos. A alegria do reencontro, da saudade, de sorrisos, olhares e conversas, apertou laços também. Aos meus amigos, aos que ficaram e a quem não darei licença de partida, um poema.
 
 
Amigo

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill

L'amour est enfant de Bohême

Vi esta semana um dos Proms. Por mero acaso, culpa de um zapping sonolento e tardio. Milhares de pessoas, descontraidamente e a preços aceitáveis, ouvem, vibram, apreciam música clássica com o à vontade de um concerto de rock.
Apanhei o final da Habanera, da Carmen, cantado pela voz cristalina de uma soprano novinha de quem não sei o nome.
Paixão na voz e na letra, que recomendo à tous les amoreux...

 
«Quand je vous aimerai?
Ma foi, je ne sais pas,
Peut-être jamais, peut-être demain.
Mais pas aujourd'hui, c'est certain.
 
L'amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser,
Et c'est bien en vain qu'on l'appelle,
S'il lui convient de refuser.
Rien n'y fait, menace ou prière
L'un parle bien, l'autre se tait;
Et c'est l'autre que je préfère
Il n'a rien dit; mais il me plaît.
L'amour! L'amour! L'amour! L'amour!
 
L'amour est enfant de Bohême,
Il n'a jamais, jamais connu de loi,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
 
L'oiseau que tu croyais surprendre
Battit de l'aile et s'envola;
L'amour est loin, tu peux l'attendre;
Tu ne l'attend plus, il est là!
Tout autour de toi vite, vite,
Il vient, s'en va, puis il revient!
Tu crois le tenir, il t'évite;
Tu crois l'éviter, il te tient!
L'amour, l'amour, l'amour, l'amour!»

23.7.04

Vita brevis. Ars longa



Ouvi no carro, esta manhã, os Verdes Anos. Como sempre, os últimos acordes já mergulhavam nas minhas lágrimas. Poesia pura. Mais não consigo dizer.
Morreu Carlos Paredes.

22.7.04

Small joys

'Mr. Daydream does not exist. Or does he?
It seems that he only exists in your imagination. But he’ll brighten up any boring day by whisking you away for an adventure as you daydream.'

 
A minha pequena colecção ainda só tem dez títulos, comprados ao sabor do estado de espírito e das condições atmosféricas: Mr. Tickle, Mr. Greedy, Mr. Sneeze, Mr. Snow, Mr. Small, Mr. Worry, Mr. Nonsense, Mr. Wrong, Mr. Slow e Mr. Cheerful.

São livros de bolso fabulosos, com ilustrações de Roger Hargreaves, em duas colecções: Mr. Men (43 estados de alma) e Little Miss (30 personalidades).
Dose diária recomendada de histórias que fazem sorrir... e reflectir!

A dois mestres de vida...

  Sophia por Arpad Szenes
                              
Pudesse Eu
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!

 
Sophia de Mello Breyner Andresen 
  



Sísifo  
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
 
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

 
Miguel Torga

(In)finitos



A B C
 
"Quantas horas perdi
foi por ti
que as perdi."
 
Vai o meu coração
repetiu a lição:
 
- "Quantas horas perdi
foi por ti
que as ganhei..." 
                                             Sebastião da Gama
 
E assim termina mais um ciclo de vida, mais um ano em que tive o privilégio de me dar. Não sei se por inteiro, e estou certa de que muito ficou por fazer e dizer, mas no meio das palavras que tento tornar mágicas aos olhos de plateias em rebuliços hormonais, sou infinitamente feliz.

21.7.04

Nouvelle Vague

 
Uma preciosidade. Nouvelle Vague  é um disco de versões dos Joy Division, The Cure, Depeche Mode, Sisters of Mercy, Clash... com ritmo de Bossa Nova.
Descarreguem do site o Love will tear us apart  e satisfaçam a vossa curiosidade melómana!

20.7.04

Flor III


Em frente à lareira quero um quadro de Van Gogh à média luz, um copo de porto e o Clair de Lune a tocar baixinho, trocando risos com amigos que nunca partirão. Vou deixar-me (só hoje!) adormecer na saudade.

Flor II

"Pede-se a uma criança:  - Desenhe uma flor.
Dá-se-lhe papel e lápis.
A criança vai sentar-se no outro canto da sala, onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo, o papel está cheio de linhas, umas numa direcção, outras noutra, umas mais carregadas, outras mais leves, umas mais fáceis, outras mais custosas.
A criança quis tanta força em certas linhas, que o papel quase que não resistiu. Outras, eram tão delicadas, que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas.
- Uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor. Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor.
E a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas... Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor."
 
José de Almada Negreiros

Flor I

A Primeira Flor
por Joaquim Fidalgo
 
E ele pega na tulipa, uma vermelha, dá dois passos disfarçados até à mesa da Ti Arminda...
À pastelaria deu-lhe para vender flores naquele dia. Simpatia aos clientes ou faro de negócio, fosse o que fosse, junto à caixa havia uma grande jarra de tulipas a um euro cada, vermelhas, brancas, amarelas, as pessoas iam pagar e ficavam admiradas, isto é para vender?, que sim, que era, Dia dos Namorados, não sabe?, a patroa achou que talvez... "Então dê-me uma, por favor, não, essa não, posso escolher?", claro, faça o favor, e o rapaz escolhia, e lá ia à mesa entregar a flor à namorada e ela oferecia-lhe o beijo que ia escrito naquela tulipa, e depois de um beijo outro beijo, e um brilho nos olhos, e as mãos, as mãos, e os clientes em volta olhavam cúmplices, género olhar sem olhar mas ver, e sorriam lá para eles de ternura, ar aprovador, que coisa bonita!, as flores é assim, mesmo quem não as dá acha bem vê-las dadas.
Era uma pastelaria de bairro, clientela mista, ora pares de jovens a conversar, ora gente de mais idade, gente simples, trabalhadeira, dali, de se sentar na mesa certa, as empregadas conhecendo por nome, então Ti Arminda, isto hoje é que está um frio!, o galãozinho do costume e meia torrada?, pois sim, a ver se aqueço, sai também o cafezinho do senhor Sousa, bem curto, pelo meio um dedo de conversa, assim, estar.
E o senhor Sousa, ar de operário já nos cinquentas, calça coçada e casaco de todos os dias, um cigarro sem filtro ao canto da boca, de repente vê aquelas flores, chega-se ao balcão e pergunta de que são, ri-se maroto, vê ali um parzinho com tulipa, além mais outro, e resolve-se: em segredo, dê cá uma dessas, ó Maria, e a Maria rindo, isso mesmo, senhor Sousa, e ele pega na tulipa, uma vermelha, dá dois passos disfarçados até à mesa da Ti Arminda, de repente levanta o braço, a tulipa brilhando por todos os lados, pega lá, mulher!. O quêêê?!...., o que é isso, homem?!.... é uma flor, não estás a ver?, e p'ra que é?!... é p'ra ti, poça!, então não queres?... p'ra mim?!.... ai minha Nossa Senhora!, e a Ti Arminda, mulher gorda, simples, talvez vendedeira dali do mercado, saia escura e avental de grandes bolsos mais o xaile cruzado no peito, ai! aqui à frente desta gente toda!... Lá pegou na flor mas corou, corou, corou de quantos vermelhos havia, e escondeu a cara, e tudo em volta sorria, então, Ti Arminda, hoje é o Dia dos Namorados, você também tem direito a uma flor, sim senhor, senhor Sousa, assim é que é! E o senhor Sousa, cigarro na boca, sorriso gaiato, ali de pé à volta da mesa, feliz com a atrapalhação comovida da mulher, deve ter sido a primeira vez que lhe deu uma flor, não é o género, muito menos de fazer essas coisas em público, nem um beijo, são gestos de sozinhos, mas chega um dia, sabe-se lá, vê-se aquilo à volta, dá-nos um impulso, apetece. "Não gostas, mulher?..." Sim, gostava, mas não estava à espera, minha Nossa Senhora, ai que vergonha!, e corada, perdida, mas tão contente!, pegou na tulipa com as duas mãos como quem rezava. E ria, ria, tu és maluco, homem!, aquele riso nervoso, tímido e terno, e toda a gente à volta sorria, e olhava, e ria, e gostava.
Nunca é tarde para flores. 

in Público, 19/02/03 

Clos Luce


Faltam precisamente seis dias para me pôr a caminho.
Contagem decrescente em contraponto com o tédio que se acumula
num trabalho precário com muito pouco de emprego. Falta de ar num espaço
em que não se cria, não se inova, não se investe na massa humana.
Invejo-te a ti, Leonardo. Por teres tido em Clos Luce um local mágico
que gostaria de revisitar, por teres ouvido estas palavras de estímulo...

«Tu seras libre ici, Léonard, de penser, de rêver et de travailler.»
François I


...por teres tido a liberdade de mudar o mundo.

19.7.04

Dolci parole

 
É-me impossível separar a palavra férias do verbo viajar, que vai ganhando espaço e histórias para contar no catálogo das minhas palavras favoritas.
Do meu último 'giro' apresento-vos Bassano del Grappa, a três passos de Veneza e com as Dolomites em pano de fundo.
A acompanhar, uma comovedora exposição do mestre Canova.

Sem calma

Não resisto: perdoem-me! O Manifesto é genial e o pobre Júlio Dantas não tem culpa do meu mau humor patriótico. Atrevo-me a abrir a votação: ACEITAM-SE CANDIDATOS AO LUGAR DE DANTAS (como forma de recompensa pelo sacrifício, oferecem-se governos).
 
MANIFESTO ANTI-DANTAS E POR EXTENSO
POR JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS
POETA D'ORPHEU FUTURISTA E TUDO 
 
BASTA PUM BASTA
 
Uma geração, que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi! É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!
 
Abaixo a geração!
 
Morra o Dantas, morra! - PIM!
 
Uma geração com um Dantas a cavalo é um burro impotente!
 
Uma geração com um Dantas à prôa é uma canoa em seco!
 
O Dantas é um cigano!
 
O Dantas é meio cigano!
 
O Dantas saberá gramática, saberá syntase, saberá medicina, saberá fazer ceias para cardeais, saberá tudo menos escrever que é a única coisa que ele faz!
 
O Dantas pesca tanto de poesia que até fax sonetos com ligas de duquesas!
 
O Dantas é habilidoso!
 
O Dantas veste-se mal!
 
O Dantas usa ceroulas de malha!
 
O Dantas especula e inócula os concubinos!
 
O Dantas é Dantas!
 
O Dantas é Júlio!
 
Morra o Dantas, morra! - PIM!
 
O Dantas fez uma sorôr Mariana que tanto o podia ser como a sorôr Inez, ou a Ignez de Castro, ou a Leonor de Telles, ou o Mestre d'Aviz, ou a Dona Constança, ou a Nau Catrineta, ou a Maria Rapaz!
 
E o Dantas teve cláque! E o Dantas teve palmas! E o Dantas agradeceu!
 
O Dantas é um ciganão!
 
Não é preciso ir para o Rossio p'ra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!
 
Não é preciso disfarçar-se p'ra se ser salteador, basta escrever como o Dantas! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões! Basta usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado, e usar côco e olhos meigos! Basta ser Judas! Basta ser Dantas!
 
Morra o Dantas, morra! - PIM!
 
O Dantas nasceu para provar que nem todos os que escrevem sabem escrever!
 
O Dantas é um autómato que deita p'ra fóra o que a gente já sabe que vai sair... mas é preciso deitar dinheiro!
 
O Dantas é um soneto d'elle-próprio!
 
O Dantas em génio nem chega a pólvora seca e em talento é pim-pam-pum!
 
O Dantas nú é horroroso!
 
O Dantas cheira mal da boca!
 
Morra o Dantas, morra! - PIM!
 
O Dantas é o escárneo da consciência! Se o Dantas é português eu quero ser espanhol!
 
O Dantas é a vergonha da intelectualidade portuguesa! O Dantas é a meta da decadência mental!
 
E ainda há quem não córe quando diz admirar o Dantas!
 
E ainda há quem lhe estenda a mão!
 
E quem lhe lave a roupa!
 
E quem tem dó do Dantas!
 
E ainda há quem duvide de que o Dantas não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero! 
(...)
 
Morra o Dantas! Morra! - PIM!

Com alma

 
«É preciso criar o espírito da aventura contra o sentimentalismo literário dos passadistas.
 
É preciso criar as aptidões pró heroísmo moderno: o heroísmo quotidiano.
 
É preciso destruir este nosso atavismo alcoólico e sebastianista de beira-mar. (...)
 
É preciso explicar à nossa gente o que é democracia para que não torne a cair em tentação. (...)
 
É preciso ter a consciência exacta da Actualidade. (...)
 
FINALMENTE: é preciso criar a pátria portuguesa do século XX» 
  

Reli hoje o ultimato que um futurista Almada escreveu ao povo português em 1917. Parei na capa. Li-a vezes sem conta: 'Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX'. Estranho... Ter-me-ei enganado no século ou estarei apenas desiludida com o nosso futuro?

18.7.04

Fungo

Nasceu em Lisboa, é corvo e não dá pelo nome de Vicente. Chama-se Fungo, e é uma personagem que vai, com certeza, dar que falar!
Parabéns Fisga!
 
http://fungo.home.sapo.pt/index.html

17.7.04

Aquarela

Tenho a ponta do nariz queimada pelo sol da tarde e no corpo aquele torpor que não chega a ser cansaço. Hoje o dia foi retrato de si mesmo, espelho de água, risos e sorrisos sobre um rio que deixou de ser basófias, para desaguar docemente ao sabor das nossas mãos de alvenaria feita barragem. Soube-me bem. Fugi, nem sei bem de quê e dei por mim num cenário desconhecido, quase Aquarela... 

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/aquarela.htm 

"Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço um mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está..." 

Toquinho e Vinicius... vale a pena espreitar!

16.7.04

Rita posta em guarda



http://www.mariaritamariano.net/

O site é não oficial, as fotografias deliciosas, a voz, essa superou a pureza herdada da mãe e a força de quem se dá em genuíno. Maria Rita é uma das grandes favoritas para os Grammy Latinos, um vendaval que também sabe embalar poesia.




Menina da Lua
Leva na lembrança
A singela melodia que eu fiz
Prá ti, ó bem amada
Princesa, olhos d'água
Menina da lua
Quero te ver clara
Clareando a noite densa deste amor
O céu é teu sorriso
No branco do teu rosto
A irradiar ternura
Quero que desprendas
De qualquer temor que sintas
Tens o teu escudo
O teu tear

Tens na mão, querida
A semente
De uma flor que inspira um beijo ardente
Um convite para amar...

Escheriana



Enredos com sabor a insónia...

15.7.04

O olhar de Doisneau (1912-1994)

Robert Doisneau est l'un des principaux représentants du mouvement des "photographes humanistes". Ses archives contiennent plus de trois cent vingt-cinq mille négatifs couvrant, à partir de 1929, plus de soixante années s'attachant presque à tous les sujets possibles. La plupart ont vu le jour dans un espace assez étroit : Paris et la banlieue.

O Sorriso

Creio que foi o sorriso, 
O sorriso foi quem abriu
a porta.
Era um sorriso com
muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa,
ficar
nu dentro daquele
sorriso.
Correr, navegar, morrer
naquele sorriso.

Eugénio de Andrade