A Casa
Atrás de mim, uma janela com portadas de madeira. Em frente, uma porta quase tão alta como o pé direito desta sala, com puxadores de porcelana, bandeira, e trincos grossos de metal bem usado. As paredes foram pintadas há pouco tempo de amarelo-ocre, e o tecto, lá em cima-cima-cima, é branco claridade. Subi vários lanços de escada para cá chegar. Do jardim para a entrada, depois de ter estacionado o carro perto da cameleira pequenina, meia dúzia de degraus de pedra, arredondados e imponentes, como convém a uma entrada principal. Já cá dentro, duas voltas pela escadaria de madeira, até pisar este soalho que já não brilha, mas que me enternece de histórias. Perco-me todos os dias nestes corredores (ainda!). Descubro recantos novos e o calor enregelado que só as casas antigas conseguem manter. É aqui que vou passar grande parte dos meus dias, nesta estranha mistura de trabalhar num local que cheira a casa da avó.
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