5.1.05

Espera

Horas, horas sem fim,
graves, profundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um passáro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.

Eugénio de Andrade

A espera continua, para mim, a ser um mistério.
A espera quotidiana que parece nada acrescentar, a espera das horas que não passam, a espera passiva que as coisas se resolvam e ao mesmo tempo a espera de alguém que chega, a espera de um pôr-do-sol que comove, a espera com confiança, aquela que o dicionário baptizou de esperança.
Esperar o inesperado ou ‘inesperar-me’ de espera? Continuo confusa…

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