post mortem
Naquela noite deitou-se com um sorriso.
Passou as mãos pelos cabelos, muito devagar. Rodou o pescoço no gesto que lhe é tão típico e sentou-se à beirinha da cama.
Não foi capaz de ler embora soubesse que o sono ia tardar e bebeu um golo de água antes de apagar a luz.
Espreguiçou-se e esticou-se ao comprido para sentir a maciez dos lençóis e aperceber-se da tensão dos seus músculos.
Fechou os olhos e a frase veio-lhe novamente à memória:
'O dia de amanhã é irrepetível.'
Adormeceu a sorrir por ter finalmente percebido uma coisa tão simples.
Morreu em paz.
2 comentários:
agora escreve isso num papelinho e ata ao pulso...para te lembrares com a mesma certeza, ainda que sem a mesma esperança.. beijos mil
Quem escreve assim, não é gago.
É tão bom "ler-te".
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